MEDIADORES DA LEITURA DA ESCOLA ESTADUAL TIRADENTES- NOVA PALMA/RS

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

PRATICA LEITORA MULTIMIDIAL

Publico Alvo – Séries Finais do Ensino Fundamental

Tema – PRECONCEITO

Objetivo – Em uma sociedade,  na qual  prevalecem as diferenças, refletir sobre a questão do preconceito, a partir de um texto abrangendo  recursos de multimídias disponíveis.

Materiais e Recursos:
- Leitura de texto literário:
* Conto  do Livro “Eu Poético”- Rosimeire Leal da Motta


JIQUIRIÇA

Jiquiriça, município da Bahia, no tempo do cangaço e do coronelismo.

Meu pai, quando tinha 12 anos, estava parado, montado numa mula, conversando com um fazendeiro. Aproximou-se um vaqueiro cavalgando uma mulona e perguntou de maneira prepotente e arrogante, expressando claramente o seu preconceito:

– Negro, o Coronel Coimbra está aí?

Não respondeu.

Meu pai, silenciosamente, apontou com o dedo, revelando que aquele que ele procurava estava ao seu lado.

Imediatamente o recém-chegado compreendeu sua insensatez, tirou o chapéu justificando-se:

– Coronel, perdoa-me! Eu pensava que o senhor pelo poder e riqueza, fosse branco!

– O que você quer?

O vaqueiro lhe mostrou um envelope, no qual um documento informava a entrega de dois mil bois.

– Desça nesta estrada e na terceira cancela, há um rapaz para receber o gado. Ao terminar, venha almoçar comigo!

Chegando ao local indicado, acenou para meu pai, deu-lhe uma gratificação em dinheiro, dizendo:

__ Estou com medo que aquele negro me mate!

__ Não se preocupe: ele é uma pessoa boa! Desculpe-me, o senhor é um homem de idade e eu sou criança, mas, os ricos tanto podem ser gente branca como preta!

O vaqueiro subiu a escada que o levaria ao sobrado, encontrando o Coronel vestido de terno, gravata e chapéu brancos.

– Reconhece agora que eu sou o Coronel Coimbra? Vou lhe mostrar minha autoridade!

O vaqueiro ajoelhou-se desesperado e pediu perdão.

Havia um sino na parede da varanda onde estavam. O Coronel puxou a corda várias vezes, ecoando um som ensurdecedor. Surgiu então, uma multidão de “jagunços” negros (o mesmo que capangas, pistoleiros ou cabras). Impossível determinar a quantidade, pois sumiam de vista; todos usavam os cabelos e a barba longos e estavam armados com rifles de repetição. O Coronel fez um gesto com a mão para que fosse realizada uma demonstração das armas e eles fizeram pontaria para o vaqueiro. Este fechou os olhos, pressentindo o seu fim. Contudo, em seguida, todos se dispersaram.

O Coronel explicou que o almoço estava pronto e que depois tratariam de negócios.

Era o ano de 1924, trinta e seis anos após a abolição da escravatura no Brasil (hoje em 2007, cento e dezenove anos), épocas distintas, porém, comportamento idêntico na atualidade.

Para que adotar atitudes de desprezo com relação aos outros? O ser humano ainda não aprendeu a respeitar o seu semelhante, não entendeu o significado das palavras de Jesus: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Mateus 22:39).

Atualmente, tal atitude é considerada crime contra a honra. Racismo. No código penal, a pena é de reclusão de um a três anos e multa.

© Rosimeire Leal da Motta. 


Poesia – “E Deus fez o Homem” – Wanda Campos

E Deus fez o homem

 No processo de criação
Deus foi muito cauteloso.
Fez a todos bem diferentes
de um jeito meticuloso,
não fez ninguém igual a ninguém,
nisto foi bem cuidadoso.
Alguns elementos possuia
para entalhar as pessoas,
eram elementos variáveis,
uma coisa muito boa.
Então foi selecionando
com critérios, não à toa.
A cada um deu uma cor de pele
e eram muitas variantes.
Depois receberam os cabelos,
cada tipo interessante!
Bocas, olhos e narizes combinando
de uma maneira intrigante.
Ao final deste processo
colocou-os lado a lado.
Agradou-lhe o resultado,
ficando deveras encantado
pois sabia que todos eles
seriam em breve multiplicados.
Essa foi mesmo a forma
de Deus criar o ser humano,
sem nunca pensar em raça,
o que pra Ele era um engano,
porém os homens conseguiram
atrapalhar tão belo plano.
Separaram-nos por cor
ou por traços peculiares
tratando alguns como menores
e dependendo dos lugares
não nos deixando viver
e nem construirmos lares.
Acredito fielmente
que quando olha para baixo
Deus não se sente feliz,
afinal não foi esse o plano
que Ele realmente quis.
Como pode o ser humano
não aceitar as diferenças 
e ver na obra Divina
motivo para ofensas?
Como pode uma pessoa
querer ao outro desprezar
ou ter no irmão da Criação
um ser para escravizar?
Uns tantos se acham espertos
e não conseguem enxergar
o que está na ponta do nariz:
As diferenças que existem,
só existem mesmo de fato
nos ítens que Deus planejou,
naquilo que Ele bem quis!
Wanda Campos

12/03/2010
 
* Frases –
A ignorância não fica tão distante da verdade quanto o preconceito.
Enfrentar preconceitos
é o preço que se paga
por ser diferente.
O medo é um preconceito dos nervos. E um preconceito, desfaz-se - basta a simples reflexão.
Muitas pessoas pensam que estão a pensar quando estão apenas a re-arrumar os seus preconceitos.
Nunca é tarde para abrirmos mão dos nossos preconceitos.
Que País é esse onde o preconceito está guardado em cada peito?!
Que País é esse onde as pessoas não podem ser iguais, devido a suas classes sociais ?!
  (autor desconhecido)


* Letra de Música-
O Quinto Poder - Preconceito
.
O preconceito
é o que não vale nada
O preconceito
é como água parada


Preconceito contra o negro
o mulato, o moreninho
Preconceito contra o gay,
a mulher e o baixinho
Contra toda a ignorância
contra a sabedoria
Preconceito é intolerância
Preconceito é hierarquia

(Refrão)

Preconceito com o laranja,
o lilás, o amarelo
Preconceito contra o branco,
o azul, o caramelo
Preconceito contra o pobre
Preconceito contra o rico
contra o gordo, contra a fome
com quem é louco varrido

(Refrão)

Contra o alto, contra o louro,
O careca, o cabeludo,
Com toda religião
Contra nada e contra tudo
E são tantos preconceitos
que é difícil enumerar
Mas me basta se agora
cada um pra dentro olhar

Porque não existem maiorias
só minorias
Uma maioria é a junção
das minorias
Que é maioria agora
e depois é minoria.Você mesmo pode ser mais
vítima do que sabia – Sabia?

- Leitura de Vídeos: (clips das músicas propostas) 
* “Negro Drama” – Racionais Mc’s






* “ Lavagem Cerebral” –

Gabriel o Pensador








- Leitura de Imagens.


















domingo, 9 de janeiro de 2011

CONTOS

  Conto criado para a atividade de intertextualidade, baseado no conto de Machado de Assis - " A Cartomante"

                              
                     MISSA DO GALO

        Vinte e quatro de dezembro do ano de dois mil e dez, uma noite fria, véspera de Natal. Na casa de Elena, preparavam-se para  ir a Missa da meia noite.
        Elena, casada há mais de dez anos, com José, infeliz, pois nem filhos tiveram. Viviam numa cidadezinha pequena de aproximadamente 5.000 habitantes. Ela costureira. Ele operário, homem forte, sem muita cultura, porém muito religioso. Acreditava  que na vida tudo acontecia por obra do divino, por isso, não perdia uma missa na pequena capela da cidade.
        Naquela noite, um sentimento envolveu Elena, afinal, José já não a amava como antes, seu casamento era só fachada.
        Tudo começou com a chegada deum novo padre à cidade. Um homem alto, moreno, de olhos negros como a noite e de pele branca como a neve cujos adjetivos chamaram a atenção de Elena ao entrar na capela para confessar-se, hábito este que fazia para aliviar sua tristeza. Ao encontrar, aquelo homem- padre - fez seu coração bater mais forte e seu corpo estremecer. Ao vê-la o novato também ficou surpreso com sua beleza e elegância. Aproximou-se dela e disse:
- Olá! Sou o padre Fábio. E você como se chama?
- Elena! Respondeu assustada, corpo trêmulo, mão suada e gélida ao estender para cumprimentá-lo.
          Suas idas à capela tornaram-se cada vez mais frequentes e já não conseguiam disfarçar a ligação forte que os envolvia. Em seus encontros amorosos fazia-os esquecer dos problemas familiares e de sues compromissos e juramentos religiosos.
         Mas, seus momentos de felicidade estavam ameaçados pelo medo e a certeza de que o fim seria diferente do esperado; pois o que ninguém imaginava estava por acontecer na véspéra do Natal.
         José, nervoso, mas aparentemente tranquilo, enquanto aguardava Elena  para juntos irem a missa disse:
- Quero te ver hoje mais linda do que nunca!
- Por quê? diz Elena sem entender. Faz anos que você não se preocupa comigo!
- Não faça perguntas - disse ele- apenas arrume-se.
        Na capela lotada, os olhares se dividiam entre os dois - Elena e o padre - que deixavam transparecer seus sentimentos.
        Ao término da missa, José dá uma desculpa qualquer e sai, deixando Elena sozinha com Fábio. Envolvidos pelo grande amor que os unia, na sacristia, abraçaram-se e beijaram-se apaixomadamente. Quando de repente... José estava ali inerte, observando a cena. Com um arma em punho dispara contra os amantes, sem dó, nem piedade.
        A tragédia tomou conta da cidade. José foi preso. Elena e Fábio morreram.
        Aquela missa, na véspera do Natal jamais foi esquecida.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Feliz Natal e Ano Novo a todos...;

"A Melhor mensagem de Natal é aquela que sai em silêncio
de nossos corações e aquece com ternura os corações daqueles que nos acompanham em nossa caminhada pela vida"


FELIZ ANO NOVO COM PAZ E PROSPERIDADE...